DOMINANDO A TIMIDEZ – CAPÍTULO I

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Tem uma garota na sua sala de aula que chamou sua atenção. Você até gostaria de conhecê-la melhor, mas a mera ideia de ir lá e dizer “oi” já lhe deixa tão ansioso a ponto de querer cavar um buraco no chão para esconder sua cabeça.

Você está na padaria e encontra uma conhecida do seu trabalho. Ela está com os filhos e o marido. Ao invés de dizer “olá” e cumprimentar falando alguma coisa gentil sobre as crianças, você empurra seu carrinho apressadamente para detrás da primeira gôndola que vê como se estivesse procurando refúgio de um bombardeio.

Você é novo na cidade e gostaria de fazer alguns amigos. Então dois colegas do seu trabalho lhe convidam para uma festa. Com muito custo, você aceita ir e até tenta socializar. Mas toda vez que pensa em abrir a boca, seus dentes travam, sua mandíbula treme, a voz não lhe obedece. Você coloca mais dois quibes e uma empada dentro da boca e molha tudo com refrigerante. No final, tem a impressão de que nunca mais lhe chamarão para outra festa. “Ih, aquele cara mudo e esfomeado…”.

APRENDENDO O BÁSICO

A Timidez é algo que aparece na nossa agenda uma vez ou outra. Apesar de ser completamente normal, se não for manuseada do modo adequado, poderá impedir você de fazer novos amigos, encontrar um par romântico, avançar na sua carreira, ou até dificultar as coisas banais do dia a dia.

Se você sofre com Timidez excessiva, esperamos que este artigo seja útil e lhe ajude a superar o problema. Mesmo que você não se considere tímido demais, é provável que as ideias expostas aqui ainda assim sejam de grande benefício.

Na primeira parte desta série de dois capítulos, iremos analisar a natureza da timidez, sua prevalência, as causas mais comuns e o que diferencia timidez de introversão. Recomendo fortemente que você estude este primeiro capítulo, pois os conceitos expostos aqui serão estratégicos quando formos falar sobre as ferramentas mentais que você pode empregar para dominar a Timidez.

A NATUREZA DA TIMIDEZ

A timidez é aquele desconforto, medo, apreensão, aquela sensação de estranheza que você experimenta ao interagir com outras pessoas. E o corpo responde a este sentimento com aceleração do pulso, suores nas mãos ou calor no peito. A fala pode se tornar acelerada ou a pessoa pode entrar em um casulo de silêncio, sempre achando que todos a estão julgando e vendo como ela está nervosa.

O sentimento de timidez é processado pelo cérebro como qualquer outra ameaça à sua vida. Apesar de sua vida não estar exatamente sob risco, algo mais está: sua aceitação social.

Para nossos ancestrais, ser excluído ou isolado da proteção da tribo não era uma causa imediata de morte, mas poderia eventualmente resultar nisso. Apesar da rejeição social de hoje não representar uma ameaça tão grave assim, seu cérebro continua reagindo do mesmo jeito. O desejo de se esquivar dessa arapuca psicológica pode levar você a evitar eventos sociais da mesma maneira que um neandertal evitaria explorar uma caverna cheia de tigres.

O conflito abordagem versus evitação ocorre quando somos confrontados com uma meta ou situação que possui tanto características positivas quanto negativas, tornando-a simultaneamente desejável e indesejável. Para o tímido, a simples interação com outras pessoas é suficiente para disparar este conflito. Eles querem sociabilizar porque (1) os seres humanos evoluíram para serem sociáveis e (2) a sociabilização traz recompensas tais como romance, carreira, progresso ou diversão. Todavia, o tímido considera inadmissíveis os riscos imaginários dessa ação, tais como embaraço, vergonha ou sentir-se deslocado. Nessa batalha entre Prêmios e Riscos, os riscos em geral ganham na mente do tímido, e ele termina fugindo de situações sociais o quanto puder.

A TIMIDEZ É COMUM?

Como a necessidade de pertencer a uma tribo é algo universal em nossa espécie, não admira que a timidez seja tão comum. Cerca de metade da população se descreve como tímida, e 95% das pessoas relatam ter experimentado episódios de timidez em suas vidas. Portanto, se você está preocupado de que alguma coisa pode não estar indo muito certo com seu comportamento, porque você sente esse nervosismo quando está com outras pessoas, não se atormente tanto: você não está sozinho. Na verdade, está na companhia de milhões de outros seres humanos que se sentem exatamente do mesmo modo.

Até mesmo as pessoas mais extrovertidas podem passar por períodos de extrema timidez. Alguém que gosta de ser o centro dos holofotes, aquela pessoa toda para cima que é a alegria da festa, pode se sentir travada ao tentar conversar com alguém que admira ou por quem sente uma profunda atração. Isto é chamado Timidez Situacional e afeta praticamente todo mundo em algum momento.

A linha que separa a timidez da Fobia Social é bem tênue. Ambas possuem sintomas semelhantes e, consequentemente, a timidez tem sido descrita como uma forma leve e intermitente de fobia social. Por isso, para efeito deste artigo, estas duas entidades serão abordadas sob o rótulo de timidez apenas.

O QUE LEVA ALGUÉM A SER EXCESSIVAMENTE TÍMIDO?

A timidez pode ser causada por fatores biológicos, ambientais e cognitivos. Ninguém nasce tímido, não existe um gene da timidez, mas a biologia pode predispor uma pessoa a sofrer de timidez ou fobia social.

Aproximadamente metade de sua personalidade foi herdada geneticamente e alguns temperamentos possuem uma tendência maior para timidez. Por exemplo: bebês que reagem mais ansiosamente a novos estímulos têm uma chance maior de crescerem como adultos tímidos. As diferenças neurológicas também desempenham um papel estratégico: a serotonina é um neurotransmissor responsável por manter você calmo, relaxado e sociável. Os cérebros que metabolizam e consomem a serotonina rápido demais, tornando seus efeitos excessivamente transitórios, costumam pender para timidez.

Fatores ambientais, como seu relacionamento com seus pais, as experiências na infância pelas quais você recebeu prêmios ou punições, o modo como você aprendeu a lidar com as frustrações, e as oportunidades que você teve para experiências sociais, podem contribuir para sua timidez também.

Esta última variável – a falta de oportunidades para sociabilizar – pode explicar porque o número de indivíduos que se autodenominam tímidos tem aumentado nos últimos 30 anos. Como a comunicação tem sido cada vez mais mediada por ferramentas tecnológicas, somos menos submetidos à prática da interação cara a cara. Podemos pagar contas, resolver problemas no banco, conseguir ajuda nos estudos ou no trabalho, e até mesmo comprar roupas e comida sem falar com qualquer pessoa ao vivo e em cores. Contudo, a interação social é uma habilidade perecível: sem prática constante, sua destreza nesta arte enferruja.

Talvez a principal etiologia da timidez – seja ela eventual ou permanente – é o modo como você pensa, especialmente suas crenças inverídicas, as conclusões precipitadas e os pressupostos cognitivos negativos que utiliza para rotular suas interações sociais.

Pessoas tímidas ou com fobia social sempre acreditam que irão falar ou fazer algo que causará embaraço quando estiverem interagindo com outras pessoas. Este medo prévio e absurdo do constrangimento desencadeia os sintomas da timidez, que por sua vez retroalimentam a certeza de estar tendo um comportamento inadequado – e a profecia auto-realizável comprova-se a si mesma. Por ser tímido, você estava com receio de fazer alguma bobagem, mas tanto receio que, no seu nervosismo, terminou derramando um drinque no vestido da anfitriã e engasgou feio com um quibe, e isso lhe deixou com mais vergonha e a certeza de que você é um atabalhoado – e essa percepção lhe deixa ainda mais tímido, e ainda mais nervoso, e todo o ciclo se perpetua.

Não podemos fazer muito para alterar nossa biologia ou modificar nosso passado, mas certamente somos capazes de controlar o modo como pensamos. Tomando ciência dos mecanismos subjacentes à timidez, você se torna capaz de adquirir domínio das ferramentas necessárias para dominá-la. E esta é a importância do conhecimento.

TIMIDEZ NÃO É INTROVERSÃO

À medida que avançamos no entendimento da timidez, fica claro que esse comportamento NÃO é introversão. Os introvertidos apenas preferem ambientes sociais menos estimulantes. Eles apreciam ficar sozinhos ou interagir com grupos pequenos de pessoas, mas não se sentem nervosos, ansiosos ou assustados com isso.

O motivo pelo qual a introversão costuma ser confundida com timidez está no fato de pessoas tímidas frequentemente exibirem comportamentos similares, como ficar caladas ou evitar grandes eventos sociais. Mas, novamente, tímidos e introvertidos operam segundo motivações diferentes: o introvertido evita os eventos porque prefere um nível menor de estímulos sociais, ao passo que a pessoa tímida age da mesma forma devido ansiedade e medo.

Existe outra característica que faz com que a introversão seja confundida com timidez: se uma pessoa deseja ser social, mas sente-se assustada ou ansiosa quanto a isso, ela pode não querer admitir esse sentimento, vendo-se como hesitante e tímida. Então, convencem-se de que não verdadeiramente tímidas, mas simplesmente introvertidas; se autoafirmam em um discurso onde dizem que têm esse ar sofisticado, exclusivo, reservado, misterioso e solitário que preferem guardar para si mesmas.

Agora que você compreendeu a natureza, as raízes e as principais características do seu desafio, que tal conhecer 10 ferramentas psicológicas excepcionais para resolver de uma vez por todas sua timidez? Leia o Capítulo II deste artigo: As ferramentas psicológicas

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