VOCÊ É CAPAZ DE IDENTIFICAR SEUS SENTIMENTOS?

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Pode parecer quase inconcebível que alguém não seja capaz de identificar suas próprias emoções, mas este fenômeno é mais comum do que você supõe. E hoje iremos investigar as causas que levam uma pessoa a permanecer na escuridão quando se trata de reconhecer-se emocionalmente.

Vamos começar especificando um ponto: as emoções não começam como sentimentos, mas como sensações fisiológicas. Mesmo quando alguém não é capaz de compreender o que está sentindo, essa pessoa certamente está ciente do que está ocorrendo fisicamente ao seu corpo. Este evento é chamado de Dissociação.

Podemos ver pessoas em Dissociação em um velório, por exemplo. O parente ou conhecido está lá, inerte, e o sujeito observa o cenário com um olhar de pedra, aparentemente destituído de qualquer emoção. Essa apatia pode dar uma aparência de frieza e distanciamento, entretanto não é assim que o organismo está respondendo por dentro de alguma maneira. Veremos isso mais adiante.

Por enquanto, fica a questão: por que certos sentimentos podem ser tão difíceis de vir à tona?

Existem algumas explicações:

  1. A emoção ainda não sedimentou. Você apenas começou a sentir algo, mas aquela emoção ainda não entrou no seu radar. Então ela ainda não é totalmente identificável. Você está sentindo a garganta seca, um formigamento nas mãos, um vazio no estômago, um tremor nas pernas, o coração meio acelerado e fora do ritmo… todavia, naquele exato momento, ainda não foi possível conectar-se com o que causou aquela alteração.
  1. Vários sentimentos estão ocorrendo ao mesmo tempo. Existe uma tempestade de emoções e você ainda não é capaz de separá-las umas das outras. Você está com raiva e chora. Está triste e ri. Uma emoção exprime um senso de injustiça; a outra, de fragilidade ou mágoa. Consequentemente, seu rosto – e as demais parte do seu corpo – tenta exibir todos estes estados de uma só vez.
  1. Faltam palavras para descrever o que você está sentindo. Segundo o dicionário Aurélio, o léxico da língua portuguesa possui mais de 435.000 verbetes. É um número grande de palavras, porém finito de possibilidades. Em contrapartida, seu cérebro possui bilhões de neurônios fazendo milhares de conexões uns com os outros, trocando impulsos que viajam a mais de 700 km/h. Seria uma previsão muito otimista acreditar que existam palavras suficientes para todas as emoções que este emaranhado bioquímico é capaz de produzir.
  1. Você nunca experimentou aquela emoção antes. Frequentemente, as crianças não conseguem reconhecer seus sentimentos, pois ainda não atingiram um nível de desenvolvimento suficiente onde possam transcrever percepções físicas em termos de emoções nomeáveis.
  1. Você está em Dissociação. De todos os mecanismos de defesa do Ego descritos por Freud, a Dissociação é um dos mais primitivos. Ela se origina na infância, quando ainda somos imaturos demais para lidar com as ameaças que percebemos. Quando você entra no modo Dissociativo é como se sua mente não estivesse mais lá. O corpo está presente, mas a mente foi desconectada do cenário. Apesar da Dissociação oferecer alguma proteção emocional em situações angustiantes, perder a sintonia com seus sentimentos é uma anestesia temporária. Eventualmente, aqueles sentimentos guardados retornarão para assombrar você. E será necessário lidar com eles.
  1. A emoção foi censurada internamente na infância. Se você cresceu em um lar onde manifestações de raiva ou choro eram veementemente proibidas – e até punidas com castigos -, seu corpo aprendeu quase em nível celular que qualquer demonstração de ira ou tristeza é inaceitável e poderia ameaçar seus vínculos com seus pais. Essa supressão foi levada para sua idade adulta e agora você é incapaz de identificar corretamente emoções correlacionadas. Quando a emoção censurada ameaça aparecer, tudo que você percebe é um vácuo dentro de si.

RELIGANDO O RADAR EMOCIONAL

Todos os seus escudos emocionais foram moldados para abrandar a sensação de vulnerabilidade. Como a infância é nosso primeiro período de maior fragilidade, as sementes e os aprendizados dos mecanismos de defesa do Ego que sustentamos vêm de lá.

Para conectar-se 100% consigo, bem como ser capaz de construir relacionamentos íntimos com outras pessoas, precisamos encontrar uma maneira de recuperar a capacidade de sentir emoções que um dia achamos necessário negar.

Além disso, quando reprimimos uma emoção, existe uma grande chance de ativar mecanismos de defesa prejudiciais como Projeção, Negação e Regressão; ou fugir para um silêncio passivo-agressivo; ou desenvolver comportamentos compensadores como depressão, alcoolismo e dependências químicas. Essas atitudes alienam as pessoas ao seu redor e impedem que você tenha laços significativos com outras pessoas.

Por tudo isso, é crucial aprender a sentir-se confortável com suas vulnerabilidades na idade adulta. O que lhe causa tristeza, constrangimento, raiva, medo, humilhação? Reserve um espaço no seu tempo para perguntar-se isso. Investigue seus sentimentos até perceber uma incômoda sensação de perigo – neste momento, você terá realmente chegado ao seu ponto de bloqueio. Medite a partir daí – ou abra-se com alguém de sua confiança.

Entenda que, sem fazer este dever de casa, sem identificar e compreender seus próprios sentimentos, você jamais será capaz de amadurecer de fato e desenvolver empatia e amor com seus semelhantes. E uma vida solitária, sem o apoio de pessoas queridas e sem alegrias compartilhadas, não é uma vida. É apenas uma existência vazia. Não foi para isso que você ganhou este mundo. Vá além.

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