A REGRA DOS 3 ENCONTROS

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Vivemos em uma era de gratificações instantâneas. Se algo ou alguém não lhe agrada num estalo, você pode imediatamente passar para a coisa ou pessoa seguinte. As opções são infinitas.

Estamos sempre em busca daquilo que irá satisfazer com precisão todas as ânsias da personalidade, dos interesses e das expectativas, ao mesmo tempo em que temos certeza absoluta de que iremos reconhecer isso quando encontrarmos. Algumas vezes, experimentamos essas conexões com produtos, serviços ou conquistas – um carro que você comprou, uma viagem que fez, um emprego que conseguiu, etc.

Todavia, infelizmente e frequentemente de modo subconsciente, estendemos essa mentalidade consumista para nossos relacionamentos com outras pessoas.

Sim, você pode conectar-se a alguém em um estalo, mas as coisas não acontecem sempre assim. Podemos nos deparar com estranhezas e opiniões opostas, e tendemos a interpretá-las como uma ausência de compatibilidade.

Somos naturalmente desconfiados e tipicamente péssimos para dialogar, e isso obscurece o potencial de conexão com outras pessoas. Em geral, são necessários vários encontros e várias circunstâncias diferentes para que pontos em comum surjam e as conexões sejam estabelecidas.

Por exemplo: você interage diariamente com alguém no seu trabalho, vocês trocam algumas palavras, e nunca passou pela sua cabeça que aquela pessoa poderia ser uma excelente amizade. Então, um belo dia, ela lhe pede uma carona. Fechados em um carro, vocês finalmente dialogam e descobrem um hobby em comum, e fazem planos para atividades fora do trabalho. Uma grande amizade costuma ser construída desse jeito.

Esse fenômeno é tão comum que poderíamos dizer que existe uma Regra dos 3 Encontros: esse parece ser o número necessário para que interações intencionais resultem em um parecer lúcido sobre qualquer outra pessoa.

Essa regra vai do ambiente de trabalho às suas amizades e relações amorosas – na verdade, ela parece ser especialmente importante nesta última.

A REGRA DOS 3 ENCONTROS NA ERA DO TINDER

Com a quantidade de sites de relacionamento disponíveis – desde Tinder até Badoo e mesmo o Facebook -, todo mundo conhece alguém que já foi a inúmeros “primeiros encontros”, mas poucas pessoas sabem de alguém que já foi a um “terceiro encontro”.

Procuramos conhecer o máximo de pessoas possível ao invés de investir em uma única. O objetivo parece ser encontrar alguém que nos faça sentir imediatamente nas nuvens, ainda que isso seja uma versão modernizada do bom e velho conto de fadas.

Cansado de “primeiros encontros únicos”, um conhecido meu – vamos chamá-lo de Teimosilson – tentou fazer um experimento diferente: ao invés de sair com várias mulheres de cada vez, ele decidiu sair com uma mulher apenas várias vezes.

Na sua estratégia antiga, Teimosilson costumava classificar os encontros em uma escala de 0 a 10. Se o primeiro encontro resultava em uma nota 6 ou menos, ele não chamava a gata para uma nova tentativa. Ele mandava mensagens para um monte de outras, na esperança de encontrar aquela que marcaria um 8 ou 9. Na sua nova estratégia, Teimosilson fez o seguinte: se o primeiro encontro era pelo menos superior a 0, ele marcava um segundo. E os resultados desse experimento se mostraram surpreendentes:

“O que eu descobri”, disse Teimosilson quando tomávamos um chope, “foi que um primeiro encontro nota 6 em geral virava um encontro nota 8 na segunda vez. Eu a conhecia um pouco mais e era possível construir um laço de familiaridade. Terminava descobrindo coisas que não estavam aparentes na primeira vez, e surgia uma dinâmica mais suave e cúmplice porque agora não éramos mais apenas completos estranhos um para o outro”.

O fato da maioria dos caras achar que deve tirar uma calcinha por dia impede esse tipo de descoberta. Eles querem o 9 instantâneo, mas não entendem que o 9 é uma construção, não um miojo.

A FÌSICA DA ACELERAÇÃO

A estratégia de investir mais tempo em uma única mulher, ao invés de virar um comedor serial, é capaz de dar um bom retorno. As qualidades mais importantes para o sucesso de um relacionamento duradouro requerem tempo e vários encontros. Só assim elas podem emergir e serem vistas.

Diversos estudos mostram que, quando encontramos outra pessoa pela primeira vez, classificamos imediatamente se ela é – ou não – desejável. Em outras palavras: se você fizer uma pesquisa com seus amigos e amigas e pedir que eles avaliem as pessoas que encontraram uma única vez com relação a traços como charme, afeto, sensualidade, confiabilidade e capacidade de estabelecer um relacionamento romântico satisfatório, verá que as notas são parecidas – mesmo quando várias mulheres se encontraram com um único amigo seu, por exemplo. Todas elas darão a ele mais ou menos a mesma nota.

Entretanto, quando os encontros se estendem para uma segunda ou terceira vez, este consenso praticamente desaparece. O que passamos a saber da outra pessoa confere novas cores à nossa opinião e transforma a percepção. Com múltiplos encontros, as notas inevitavelmente mudam – algumas vezes para melhor.

 

Todos temos particularidades no modo como avaliamos o potencial de uma mulher para estabelecer um relacionamento. O que pesa para um pode não ter significado para outro. Dentro dessas particularidades, as qualidades que pensamos ser mais importantes no primeiro encontro (beleza nas mulheres e status nos homens) diminuem de importância, ao mesmo tempo em que qualidades únicas e realmente importantes são despertadas e descobertas.

A maioria dos romances duradouros surge entre duas pessoas que se conhecem a algum tempo, que sabem das idiossincrasias uma da outra, e que de repente são unidas por uma fagulha. A fagulha muda a percepção e sua mente avisa: “Ei, cara, é ela!”.

Na era dos sites de relacionamento, que oferecem a capacidade de ir em tantos primeiros encontros quanto você tiver tempo para ir, os caras querem acelerar de 0 a 100 com uma completa estranha assim, vapt!, num átimo. Eles acham que a fagulha surgirá do nada, como que por encanto. Isso pode até acontecer, mas o mais provável é que não aconteça – o que não significa que aquela não é uma mulher com potencial de envolvimento para você.

INVISTA EMOCIONALMENTE NAS PESSOAS

Ok, a maior parte da atração física é instintiva, mas as qualidades que tornarão você singularmente compatível com outra pessoa terminarão sendo mais importantes que a atração física apenas. A beleza põe a mesa, mas não serve a janta, meu amigo. É preciso ir além, é preciso investir e mergulhar de peito aberto.

Assim como aconteceu com Teimosilson, isto pode surpreender você. Algumas vezes, você encontra alguém e sabe na hora que aquela pessoa será uma grande amizade ou a sua alma gêmea. Mas também existem vezes em que é preciso investir algum tempo e compartilhar experiências para que os laços surjam.

É óbvio que a Regra dos 3 Encontros não é intocável. Incompatibilidades instantâneas acontecem. Outras vezes, são necessários mais que 3 encontros para a mágica acontecer. Você não precisa investir seu tempo e dinheiro no que claramente se mostra um beco sem saída.

Todavia, além de seguir sua intuição, é válido permitir-se a reflexão e comprometer-se com o empenho. Ao invés de descartar alguém em 10 segundos, invista um pouco mais com seu interesse genuíno. Existe sempre a possibilidade de você estar no caminho de descobrir a relação mais rica da sua vida.

 

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