UMA BREVE HISTÓRIA DO RAIAR DO CRISTIANISMO (PARTE 5): GREGÓRIO VII E O REI DE JOELHOS

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A bagunça que se instalou na cristandade a partir do papa Gregório I e da Renascença Carolíngia se prolongou por quase 500 anos. Caberia ao monge Hildebrando (1015-1085) resolver a situação.

Nomeado Papa Gregório VII em 22 de abril de 1073, Hildebrando colocaria em prática uma reforma que se iniciou antes de seu papado, mas que teve grande impulso justamente devido à sua dedicação a causa.

Hildebrando / Gregório VII definiu o quadro estrito da vida monástica: oração, trabalho manual e estudo das Escrituras. O dia passou a ser regrado, assim como o vestuário e o comportamento, mas o poder do Papa não: em 1075, com os Dictatus Papae, Gregório VII reafirmou a superioridade do Papado sobre todos os monarcas. O Papa deu a si mesmo inclusive a autoridade para depor reis.

No ano seguinte à publicação do Dictatus, o Imperador do Sacro Império Romano, Henrique IV, orientou seus bispos a recusarem obediência às normas de Gregório VII. Gregório excomunga Henrique, e os vassalos do imperador aproveitam a oportunidade para se revoltar. Poucos meses depois, para apaziguar os ânimos, Henrique é forçado a fazer penitência de joelhos diante de Gregório. Isso mostra bem o tamanho do poder e da influência que a fé, os dogmas, a filosofia e os líderes Cristãos tinham já nesta época.

Foi logo após o falecimento do Papa de Gregório VII que surgiu Bernardo (1090-1153), abade de Claraval. Personagem muito piedoso, autor de trabalhos teológicos, era bastante conhecido por suas habilidades de orador que lhe valeram o apelido de doctor mellifluens, “mestre da voz de mel”.

Bernardo participou do Concílio de Troyes, que delineou a regra monástica que guiaria os Cavaleiros Templários e se tornaria o ideal de nobreza utilizado no mundo cristão. A cristandade também deve a ele o impulso decisivo para o culto da Virgem Maria.

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