GENES CANINOS E PERSONALIDADES HUMANAS

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Quando você escolhe um cachorro para ser seu animal de estimação, frequentemente se preocupa com a raça, e isso não é de todo inválido: sabe-se que um border collie, por exemplo, equivale a um workaholic; um pastor alemão seria capaz de colocar sua vida em risco para salvar aqueles que ama; um rottweiler é extremamente agressivo com estranhos; e um golden retriever é um poço de paciência com quase todo mundo.

Uma pessoa prudente certamente levaria estas características em conta antes de colocar um cão em casa – especialmente com crianças por perto.

O genoma canino foi sequenciado em 2005, mas apenas agora um estudo foi capaz de mostrar a intensidade que estes traços de personalidade canina estão enraizados nos genes de cada raça.

A pesquisa, conduzida por um grupo de cientistas do National Human Genome Research Institute (NHGI), em Bethesda (EUA), avaliou mais de 17.000 cães e descobriu que um conjunto de 131 genes responde por comportamentos específicos como aptidão para caça, “treinabilidade” e agressividade com estranhos.

As localizações destes genes no DNA parecem fazer um sentido perturbador: os genes da agressividade canina são muito parecidos com os genes associados à agressividade humana, ao passo que o DNA canino relacionado ao grau de “treinabilidade” é encontrado em genes que, em humanos, estão associados à inteligência e ao processamento de informações.

As descobertas do NHGI sugerem que muitos comportamentos mamíferos são guiados pelos mesmos genes em espécies diferentes.

Sem querer soar determinista, é bastante provável que estes mecanismos hereditários ocorram e se manifestem de modo análogo no orgulhoso Homo sapiens. Se isso for correto, boa parte do seu livre arbítrio e das idiossincrasias que adornam seu Caráter (ou a falta dele) não dependem exatamente das influências do meio: eles foram todos prescritos no momento da anfimixia.

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Fonte:
https://www.biorxiv.org/content/early/2019/01/01/509315

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