EDUCAÇÃO BRASILEIRA: UM PROJETO PARA JOGAR DINHEIRO FORA

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Um Mestrado dura 24 meses. Em instituições particulares, a mensalidade de um Mestrado Acadêmico varia de R$1,8 mil (Administração de Empresas) a R$1,9 mil (Ciências Médicas). Um Mestrado Profissional varia de R$2,2 mil (Odontologia) a R$2,4 mil (Direito) (1).

Vamos considerar então que, para um Mestrado, a mensalidade média em instituições particulares gira em torno de R$2 mil. Para produzir um Mestre, são necessários R$48 mil. Não é uma fortuna, mas certamente é um bom dinheiro.

Um Doutorado dura cerca de 48 meses e tende a ser um pouco mais salgado: Em instituições particulares como PUC e FGV, a mensalidade varia de R$1,4 mil a R$ 3,5 mil (2,3).

Podemos considerar então que, para um Doutorado, a mensalidade média em instituições particulares gira em torno de R$2,45 mil. Para produzir um Doutor, são necessários R$117,6 mil. Novamente, não é uma fortuna, mas certamente é um bom dinheiro.

As instituições que oferecem estes cursos cobram estes valores como sendo suficientes e correspondentes ao uso de suas estruturas físicas, dos serviços prestados dentro do campi, como percentual do valor investido para formar os professores, manter as salas de aula, pagar água, luz, seguranças, faxineiros, colocar papel higiênico no banheiro, etc.

Apenas no ano de 2016, o Capes concedeu 50.273 bolsas de mestrado e 43.045 de doutorado (4). Esqueça o valor das bolsas– que está na casa de várias dezenas de milhões de reais, mas deixe isso de lado. Vamos nos concentrar no valor real dos cursos em si.

Milton Friedman já havia avisado: não existe almoço grátis. Da mesma forma, não existe Mestrado ou Doutorado grátis, nem mesmo nas faculdades federais.

Em valores reais de mercado, as 50.723 bolsas de Mestrado equivalem a um investimento de cerca de R$2.434.704.000 (dois bilhões de reais e uns trocados) ao longo de 2 anos. Este será o dinheiro, em valores reais de mercado, que será investido para formar todos estes Mestres.

Novamente, em valores reais de mercado, as 43.045 bolsas de Doutorado equivalem a um investimento de cerca de R$ 5.062.092.000 (meros 5 bilhões de reais) ao longo de 4 anos. E este será o dinheiro, em valores reais de mercado, que será investido para formar todos estes Doutores.

Considere o seguinte: em 10 anos, o “sistema” brasileito consegue rodar duas turmas de Doutorado e (2 x 5 = 10 bilhões de reais, estimando por baixo) e 4 de Mestrado (4 x 2 = 8 bilhões de reais, novamente nivelando por baixo).

Ao todo, em uma década, o Capes consome a bagatela de R$18 bilhões de reais – ou uns 5 bilhões de dólares, arredondando pra não levar moedinhas nem bala no troco pra casa.

Em 2012, ao custo de 10 anos de estudos e pesquisas e sob um investimento de 2,5 bilhões de dólares, a NASA colocou a sonda Curiosity no solo marciano (5).

Ou seja: no mesmo intervalo de tempo e pela metade do preço que nosso país investe para formar Mestres e Doutores, os Mestres e Doutores nos EUA pousaram uma nave terrestre em um planeta a 230 milhões de quilômetros daí da sua casa.

Por aqui, em nossas sapientíssimas universidades, sabe o que o dinheiro retirado do bolso dos PAGADORES DE IMPOSTOS produz após 2 anos de Mestrado e 4 anos de doutorado?

É só conferir a foto deste post*.

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Fontes:

1. https://www.diplomas.com.br/quanto-custa-fazer-um-mestrado/

2. https://portal.fgv.br/educacao/mestrado-doutorado

3. https://www.pucsp.br/pos-graduacao/mestrado-e-doutorado

4. http://www.capes.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/8254-capes-divulga-numeros-de-2016

5. https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/espaco/sonda-de-us-25-bilhoes-pousa-com-seguranca-em-marte,0408879d792ca310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

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P.S.:

  • A autora do trabalho citado na capa levou cerca de quatro anos para concluir que seu trabalho representa uma “contribuição direta para a formação acadêmica de conhecimento a respeito do fenômeno que investigamos, a construção de identidade em sujeitos pertencentes a tribos urbanas, ao propor uma abordagem alternativa ao que vinha sendo adotado para tratar deste tema. Entendemos que a perspectiva do Design, mais especificamente da Linguagem Visual, focada na relação entre sujeito e objeto aponta para um caminho importante na observação de fenômenos sociais como o que tratamos no nosso projeto. Outra contribuição direta deste trabalho, o modelo de análise das tatuagens construído a partir das propostas de Bomfim, Joly, Dondis e Goldsmith abre possibilidades de novas investigações semelhantes a que conduzimos. E, finalmente, mais não menos relevante, o experimento em si realizado e seus resultados que comprovam a hipótese levantada, desmistificando, pelo menos no contexto do nosso trabalho, uma falsa dicotomia entre as posições defendidas por dois dos autores mais relevantes da academia sobre o tema central de nossa pesquisa”.
  • Caso tenha interesse em conhecer este excepcional trabalho de completa inutilidade que custou (em valores de mercado) mais de 100 mil reais aos Pagadores de Impostos, basta acessar https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/14118/1/tese_corrigida_digital-simone-barros.compressed.pdf

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